Meiose
A meiose é sempre precedida por uma interface idêntica à que antecede a mitose. Na meiose acontecem duas divisões sucessivas, originando quatro células. Estas divisões podem ser classificadas em duas etapas:
Meiose I ou reducional - ocorre a separação dos cromossomas homólogos, o número de cromossomas da célula inicial (2n) fica reduzido a metade (n), originando-se dois núcleos haplóides, tendo cada cromossoma dois cromatídios.
Meiose II ou equacional - ocorre a separação dos cromatídios de cada cromossoma, originado-se quatro núcleos haplóides. O número de cromossomas é mantido.
Meiose I
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| As quatro fase da meiose I. |
Prófase I
Os cromossomas já duplicados no período S da interfase, começam a condensar-se e só terminam na metáfase I.
Os cromossomas homólogos duplicados emparelham-se, constituindo esse conjunto um bivalente, díada cromossómica ou tétrada cromatídica. Dá-se o emparelhamento dos cromossomas, designando-se sinapse; durante a sinapse surgem pontos de cruzamento entre dois cromatídios de cromossomas homólogos, os pontos de quiasmas. A nível do quiasmas podem ocorrer trocas de segmentos de cromatídios pertencentes aos dois cromossomas homólogos de cada bivalente, este fenómeno é denominado permutação ou crossing-over.
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| Crossing-over ou permutação |
A desagregação da membrana nuclear marca o fim da prófase I. A prófase I ocupa cerca de 90% do tempo global da meiose, e ela é dividida em 5 etapas: leptóteno, zigóteno, paquíteno, diplóteno e diacinese.
Metáfase I
Os cromossomas ligam-se aos microtúbulos do fuso mitótico por meio do cinetócoro. Os pontos de quiasma localizam-se no plano equatorial do fuso mitótico e os centrómeros voltados para pólos opostos.
Anáfase I
Os dois cromossomas homólogos de cada bivalente separam-se (segregação dos homólogos). O par de cromossomas homólogos separa-se indo para cada pólo um cromossoma duplicado de cada par.
O modo como se verifica a migração é puramente aleatório, podendo ocorrer várias combinações de cromossomas maternos e paternos.
Na anáfase I não ocorre a separação do centrómero, como ocorre na anáfase da mitose.
Telófase I
Nesse momento, os cromossomas de cada conjunto atingem os polos e começam a descondensar. Os nucléolos e a membrana nuclear reaparecem a cada conjunto de cromossomas.
Depois telófase I, a cariocinese pode ou não acontecer.
Meiose II
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| As quatro fases da meiose II. |
Prófase II
Os cromossomas constituídos por dois cromatídios começam a condensar-se. Os nucleólos e a membrana plasmática desaparecem e o fuso mitótico organiza-se.
Metáfase II
Os cromossomas dispõem-se na zona equatorial.
Anáfase II
Os centrómeros separam-se, os dois cromatídios de cada cromossoma migram para os pólos opostos, constituindo cromossomas independentes.
Telófase II
Nos polos da célula, os cromossomas descondensam-se, os nucléolos e a membrana nuclear reaparecem a volta de cada conjunto de cromossomas.
Citocinese
Depois da meiose II dá-se a separação do citoplasma das células-filhas, originado quatro células-filhas haplóides independentes, cada um contendo um membro de cada par de cromossomas homólogos.
Variação da quantidade de DNA durante a meiose
Na meiose a quantidade de DNA replicado no período S da interfase é reduzido duas vezes. A primeira redução ocorre em anáfase I, onde dá-se a separação dos cromossomas homólogos. Cada núcleo que se forma fica com metade do número de cromossomas, a quantidade de DNA passa de 4Q para 2 Q. A segunda redução ocorre na anáfase II, onde dá-se a separação dos cromatídios, constituindo cromossomas independentes, que migram para polos opostos. A quantidade de DNA passa de 2Q para Q em cada núcleo formado.
Na meiose formam-se quatro núcleos haplóides (n), cada uma com metade do número de cromossomas do núcleo inicial.
Importância biológica da meiose
A troca de segmentos entre cromatídios de cada cromossoma homólogo durante crossing-over, na Profase I, permite novas combinações de genes. Deste modo, um cromossoma pode conter genes maternos e paternos ao mesmo tempo.
Na meiose cada célula haplóide formada apesar de apresentar o mesmo número de cromossomas, não são exactamente iguais no aspecto genético.
A meiose assegura a estabilidade do número de cromossomas próprio de cada espécie, permite a possibilidade de recombinações génicas novas, contribuindo para a variabilidade de características da descendência.



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