Ecossistema marinho
Os ecossistemas marinhos é a denominação dada aos ecossistemas presentes nas regiões sob influência da água do mar, como oceanos e a sua zona costeira. Alguns ecossistemas marinhos são muito produtivos. As zonas mais próximas à costa, incluindo estuários, salinas e florestas de mangue, estão repletas de vida.
Os ecossistemas marinhos oferecem uma grande quantidade de serviços, muitos dos quais são de fundamental importância para o bem-estar humano, saúde, meios de subsistência e, até mesmo sobrevivência. As suas funções que têm maior impacto na sociedade são o suporte da biodiversidade, produção de oxigénio, disponibilidade de alimento, sequestro de carbono; quando este ecossistema é degradado todas suas componentes sofrem algum impacto, incluindo seus serviços e funções.
Poluição marinha por resíduos sólidos
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| Mar poluído |
O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) considera lixo marinho "qualquer material sólido, persistente, manufacturado ou processado, que é descartado ou abandonado no ambiente marinho e costeiro. O lixo marinho é composto por objectos que foram feitos ou usados por pessoas e deliberadamente descartados nos mares, rios ou praias; foram levados ao mar indirectamente pelos rios, inundações, esgotos e águas servidas, ou vendavais; foram perdidos acidentalmente, incluindo materiais perdidos no mar durante tempestades (materiais de pesca, cargas); ou foram deliberadamente deixados pelas pessoas nas praias e costas. A maior parte do lixo marinho (70%) afunda, afectando as comunidades sésseis e bentónicas. 15% do lixo marinho encontra-se na coluna de água e outros 15% a flutuar à superfície.
A poluição marinha é uma realidade que se impõem à sociedade internacional, causando graves danos de carácter ambiental, económico e até mesmo social. As fontes terrestres são consideradas uma das quatro maiores ameaças aos oceanos do mundo, sendo causadoras de graves problemas sócio ambientais
Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), já em 1997 cerca de 6,4 milhões de toneladas de lixo eram introduzidos nos oceanos anualmente. Segundo relatórios da ONU, calcula-se que cerca de 80% da poluição marinha tem origem em actividades realizadas na terra. Metais pesados, pesticidas e esgoto, entre outros poluentes, são levados até os litorais através dos rios. Em relação aos resíduos plásticos, 13 milhões de toneladas chegam até os mares todos os anos, em sua maioria proveniente de águas fluviais, que levam o lixo das cidades e do campo até a praia. Apesar de décadas de esforço para prevenir e reduzir o lixo marinho em muitos países, há evidência de que o problema persiste e continua a crescer na medida que as populações e padrões de consumo continuam a aumentar.
Impacto da poluição marinha
A maior parte do lixo marinho é composto por plástico, e este interfere nos ciclos naturais do oceano soterrando criaturas que vivem no fundo, bloqueando parte da superfície quando bóia em grandes maciços, liberando substâncias tóxicas, sendo confundido com alimento por várias espécies de animais, mas, sendo indigerível, causa obstruções no seu tubo digestivo, matando-os ou ferindo-os. Cerca de 100 mil tartarugas, aves, focas e outros grandes animais marinhos são mortos anualmente por plástico, mas esses números são muito maiores somando-se outras criaturas. Um dos objectos plásticos mais danosos são as sacolas de compras, usadas aos bilhões em todo o mundo.
Os efeitos do lixo marinho variam regionalmente, reflectindo a influência de contextos específicos, mas a contaminação é global, já que os oceanos são todos interligados e a carga de resíduos flutua livre ao longo das correntes marinhas. A partir da contaminação do ambiente, o homem passa a ser também afectado. O problema ainda não foi mapeado em detalhe, mas muitos estudos já foram feitos indicando que ele tem vasto impacto ambiental, económico e social.
Impactos Ambientais
Por consequência, a poluição marinha contribui para o aumento da temperatura das águas oceânicas movimentando-se para o fenómeno conhecido como aquecimento global. Consequentemente com aumento da temperatura de suas águas o ecossistema marinho gera um déficit na produção de zooplâncton que representa a base da cadeia alimentar deste ecossistema, afectando assim várias espécies que dão vida ao ecossistema, como a pandemia do branqueamento dos corais que ocorre por desequilíbrio térmicos da temperatura das águas.
Muito do lixo jogado no oceano acaba voltando à terra, e polui as praias de todo o mundo, afectando os ecossistemas costeiros e animais terrestres. A flutuação dos resíduos sólidos pode também servir de substrato para dispersão da fauna por longas distâncias contribuindo para introdução de espécies exóticas.
Impacto económico e social
As ameaças a vida marinha é principalmente mecânica, estando relacionados a morte de animais por asfixia, intoxicação ou ferimentos, interferem fisicamente no ambiente por acumulação, são confundidos com comida por várias espécies e a sua ingestão provoca graves danos nos seus organismos, frequentemente levando à morte. Afectando os ecossistemas e espécies, muitas delas de valor económico, naturalmente o homem acaba prejudicado também, como a ciência já comprovou, de acordo com o documentário Plastic Tide, quem consome frutos do mar com regularidade ingere cerca de 11 mil pedaços de microplástico anualmente.
Outros problemas estão relacionados a prejuízos na navegação; actividades pesqueiras; destruição dos atributos estéticos e da beleza cénica do ambiente; aumento de despesas municipais com limpezas periódicas; dispersão de doenças através da proliferação de roedores e insectos; e diminuição de receitas advindas do turismo.

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